Os painéis de fundo de vigas e de lajes
devem ser perfeitamente escorados a fim de que seus pés-direitos sejam
garantidos e não venham a sofrer desníveis e provocar deformações nos elementos
de concreto. Os escoramentos podem ser de madeira ou metálicos.
Escoramento de madeira
As escoras, também chamadas de pontaletes,
são peças de madeira beneficiadas que são colocadas na vertical para sustentar
os painéis de lajes e de vigas. Atualmente, são muito utilizadas escoras de
eucalipto ou bragatinga (peças de seção circular com diâmetro mínimo de 8 cm e
comprimentos variando de 2,40 a 3,20 m). No caso de pontaletes de seção
quadrada as dimensões mínimas são: de 2”x2” para madeiras duras e 3”x3” para
madeiras menos duras.
Os pontaletes ou varas devem ser
inteiros, sendo possível fazer emendas segundo os critérios estabelecidos na
norma:
a)
Cada
pontalete poderá ter somente uma emenda;
b)
a
emenda somente poderá ser feita no terço superior ou inferior do pontalete;
c)
número
de pontaletes com emenda deverão ser inferior a 1/3 do total de pontaletes
distribuídos.
As escoras deverão ficar apoiadas sobre
calços de madeira assentados sobre terra apiloada ou sobre contrapiso de
concreto, ficando uma pequena folga entre a escora e o calço para a introdução
de cunhas de madeira.
Escoramento metálico
As escoras metálicas são pontaletes
tubulares extensíveis com ajustes a cada 10 cm, com chapas soldadas na base
para servir como calço. Podem ter no topo também uma chapa soldada ou uma chapa
em U para servir de apoio as peças de madeira (travessão ou guia). Os mesmos
cuidados dispensados ao escoramento de madeira devem ser adotados para os
pontaletes metálicos, tais como: usar placas de apoio em terrenos sem
contrapiso, as cargas devem ser centradas e os pontaletes aprumados.
Prazos para
desformas
A retirada das fôrmas e do escoramento
somente poderá ser feita quando o concreto estiver suficientemente endurecido
para resistir aos esforços que nele atuarem. Um plano prévio de desforma pode
reduzir custos, prazos e melhorar a qualidade. A desforma deve ser progressiva
a fim de impedir o aparecimento de fissuras e trincas. Também é indicada a
utilização de pessoal capacitado para executar a desforma. Sugere-se atribuir o
encargo da desforma a, no mínimo, um auxiliar de carpintaria (nunca deixar a
cargo de serventes), sob a supervisão de um carpinteiro experiente ou um
oficial pedreiro. Evitar utilizar ferramentas que danifiquem as formas ou mesmo
a superfície do concreto (nunca usar pés-de-cabra ou pontaletes). Na tabela a
seguir, estão especificados os prazos de desforma definidos pela norma, tanto
para concretos com cimento portland comum e cura úmida como para concretos
aditivados (com cimento de alta resistência inicial):
Tipos de fôrmas
|
Prazo de
desforma
|
|
Concreto comum
|
Concreto com ARI
|
|
Paredes, pilares e faces laterais de vigas
|
3 dias
|
2 dias
|
Lajes até 10 cm de espessura
|
7 dias
|
3 dias
|
Faces inferiores de vigas com reescoramento
|
14 dias
|
7 dias (?)
|
Lajes com mais de 10 cm de espessura e faces inferiores de
vigas com menos de 10 m de vão
|
21 dias
|
7 dias
|
Arcos e faces inferiores de vigas com mais de 10 m de vão
|
28 dias
|
10 dias
|
Normas Técnicas Pertinentes
Título da norma
|
Última atualização
|
|
Projeto
e execução de obras de concreto armado
|
NB1
NBR6118
|
1980
|
Projeto
de estruturas de madeira
|
NB11
NBR7190
|
1997
|
Madeira
serrada e beneficiada
|
PB5
NBR7203
|
1982
|
Lâmina
e compensado de madeira
|
TB287
NBR9490
|
1986
|
Madeiras
brasileiras
|
TB12
|
1949
|
Pregos
comuns e arestas de aço para madeiras
|
EB73
NBR6627
|
1981
|
Fonte: SH Fôrmas, Andaimes e Escoramentos