quarta-feira, 18 de julho de 2012

Escoramento de Fôrmas


          Os painéis de fundo de vigas e de lajes devem ser perfeitamente escorados a fim de que seus pés-direitos sejam garantidos e não venham a sofrer desníveis e provocar deformações nos elementos de concreto. Os escoramentos podem ser de madeira ou metálicos.

 Escoramento de madeira
         As escoras, também chamadas de pontaletes, são peças de madeira beneficiadas que são colocadas na vertical para sustentar os painéis de lajes e de vigas. Atualmente, são muito utilizadas escoras de eucalipto ou bragatinga (peças de seção circular com diâmetro mínimo de 8 cm e comprimentos variando de 2,40 a 3,20 m). No caso de pontaletes de seção quadrada as dimensões mínimas são: de 2”x2” para madeiras duras e 3”x3” para madeiras menos duras.
      Os pontaletes ou varas devem ser inteiros, sendo possível fazer emendas segundo os critérios estabelecidos na norma:
a)    Cada pontalete poderá ter somente uma emenda;
b)    a emenda somente poderá ser feita no terço superior ou inferior do pontalete;
c)    número de pontaletes com emenda deverão ser inferior a 1/3 do total de pontaletes distribuídos.
As escoras deverão ficar apoiadas sobre calços de madeira assentados sobre terra apiloada ou sobre contrapiso de concreto, ficando uma pequena folga entre a escora e o calço para a introdução de cunhas de madeira.


Escoramento metálico
         As escoras metálicas são pontaletes tubulares extensíveis com ajustes a cada 10 cm, com chapas soldadas na base para servir como calço. Podem ter no topo também uma chapa soldada ou uma chapa em U para servir de apoio as peças de madeira (travessão ou guia). Os mesmos cuidados dispensados ao escoramento de madeira devem ser adotados para os pontaletes metálicos, tais como: usar placas de apoio em terrenos sem contrapiso, as cargas devem ser centradas e os pontaletes aprumados.

 Prazos para desformas

         A retirada das fôrmas e do escoramento somente poderá ser feita quando o concreto estiver suficientemente endurecido para resistir aos esforços que nele atuarem. Um plano prévio de desforma pode reduzir custos, prazos e melhorar a qualidade. A desforma deve ser progressiva a fim de impedir o aparecimento de fissuras e trincas. Também é indicada a utilização de pessoal capacitado para executar a desforma. Sugere-se atribuir o encargo da desforma a, no mínimo, um auxiliar de carpintaria (nunca deixar a cargo de serventes), sob a supervisão de um carpinteiro experiente ou um oficial pedreiro. Evitar utilizar ferramentas que danifiquem as formas ou mesmo a superfície do concreto (nunca usar pés-de-cabra ou pontaletes). Na tabela a seguir, estão especificados os prazos de desforma definidos pela norma, tanto para concretos com cimento portland comum e cura úmida como para concretos aditivados (com cimento de alta resistência inicial):



Tipos de fôrmas
Prazo de desforma
Concreto comum
Concreto com ARI
Paredes, pilares e faces laterais de vigas
3 dias
2 dias
Lajes até 10 cm de espessura
7 dias
3 dias
Faces inferiores de vigas com reescoramento
14 dias
7 dias (?)
Lajes com mais de 10 cm de espessura e faces inferiores de vigas com menos de 10 m de vão

21 dias

7 dias
Arcos e faces inferiores de vigas com mais de 10 m de vão
28 dias
10 dias





Normas Técnicas Pertinentes

Título da norma

Código

Última atualização

Projeto e execução de obras de concreto armado
NB1
NBR6118
1980
Projeto de estruturas de madeira

NB11

NBR7190

1997
Madeira serrada e beneficiada
PB5
NBR7203
1982
Lâmina e compensado de madeira

TB287

NBR9490

1986
Madeiras brasileiras

TB12
1949
Pregos comuns e arestas de aço para madeiras

EB73

NBR6627

1981





Fonte: SH Fôrmas, Andaimes e Escoramentos 


terça-feira, 3 de julho de 2012

Canteiro de Obras - Estudos, Organização e Implantação



      O aumento da competitividade no setor da construção civil faz com que as empresas procurem eliminar todas as deficiências na gestão dos processos construtivos. Portanto o canteiro de obras servirá como uma fábrica da obra e acompanhará todos os estágios do empreendimento, por isso tem que estar dentro das normas alinhando sempre com a logística de abastecimento, acesso e distribuição dos insumos do decorrer da obra. Desta forma um tempo relevante será economizado e isso implicará em redução considerável de custos. 
    Sabendo disso, os fatores que influenciam no trabalho, e consequentemente na produtividade são:


* O processo de sequência do trabalho; 
* As instalações e os equipamentos;
* Os instrumentos e as ferramentas;
* A disposição da área de trabalho;
* As ações dos trabalhadores;
* O ambiente físico geral




     Para evitar grande parte dos problemas somos regidos por duas normas:


(NR-18) - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção;
(NBR-12264) - Canteiro de obras de Edifícios;


     A partir das necessidades de cada obra e das normas acima citadas deve-se planejar o uso do terreno não ocupado pelo edifício e parte dele para a locação de:


*Maquinas e Equipamentos;
*Instalações físicas;
*Redes de água;
*Acesso e vias de circulação.




     Além destes tem-se que avaliar os processos e métodos construtivos empregados, pois é um fator determinante para dimensionar locais para estoque de materiais assim como a frequência e volume de fornecimentos de materiais e suas características (a granel ou ensacados, Ex: Areia).




     Exemplo: A necessidade de uma obra com blocos autoportantes é diferente da que requer estrutura convencional.




     Aliada ao objetivo de reduzir tempo na obra alguns fatores são relevantes para que a logística seja facilitada.
Focando na importância da organização do canteiro se pode ganhar em diversos pontos:


* Impedindo a ociosidade de equipamentos e de mão-de-obra;
* Diminuindo os tempos de deslocamento. (o transporte é o que mais encarece qualquer projeto);
* Minimizando as interferências entre materiais e mão-de-obra;




  Após essas etapas avaliadas é necessário dispor de uma série de informações referentes ao empreendimento, que depois de sintetizadas se poderá dar início ao Projeto de Layout do canteiro.
Dentre todas as etapas as mais importantes são:


1-Projetos Executivos revisados ;
2-Cronograma Físico;
3-Cronograma de Compras;
4-Definição da equipe Técnica;
5-Definição do número máximo de funcionários da obra.
6-Definição dos processos construtivos a serem utilizados.
7-Fornecimento de água potável, energia elétrica, entre outras;
8-NR 18.


     Após feitos todos os estudos técnicos, normativos e de viabilidade, chegou a hora de finalizar e implantar o canteiro de obras.


      "É importante ter-se sempre em mente que a implantação de um bom arranjo físico pode ter custos apenas marginalmente superiores à implantação de um arranjo deficiente, e que o planejamento é que determina a existência de uma ou outra situação.
      Por sua vez, a atividade de planejamento de layout consome um quantidade muito pequena de horas técnicas, não existindo, portanto, justificativas para a sua não realização, já que os recursos despendidos são insignificantes face aos benefícios que resultam da sua execução qualificada."
(Tarcisio Abreu Saurin, Carlos Torres Formoso, Porto Alegre 2006)






















segunda-feira, 2 de julho de 2012

Estações de Tratamento de Efluentes - Uma solução para o mal aproveitamento da água.

fonte http://www.practicamaquetes.com.br.

REUSO DA ÁGUA: UMA NECESSIDADE QUE CADA VEZ MAIS SE FIRMA

      No transcorrer dos últimos anos os mais diversificados meios de comunicação de massa
vêm trazendo importantíssimos destaques no tocante a importância da necessidade de se fazer uso racional de água.
     Em decorrência de problemas como o péssimo gerenciamento dos recursos hídricos, a má preservação dos mananciais e da falta de comprometimento do homem com o uso racional da água (algo que tem provocado a escassez desse recurso tão valioso), o interesse pelo reúso da água de efluentes como esgotos vem cada vez mais se expandindo nos últimos anos.

     
Vantagens do Reúso da água:
*     Propicia o uso sustentável dos recursos hídricos;
*      Minimiza a poluição hídrica nos mananciais;
*      Estimula o uso racional de águas de boa qualidade;
*     Permite evitar a tendência de erosão do solo e controlar processos de desertificação, por meio da irrigação e fertilização de cinturões verdes;
*      Possibilita a economia de dispêndios com fertilizantes e matéria orgânica;
*       Provoca aumento da produtividade agrícola;
*      Gera aumento da produção de alimentos; e
*      Permite maximizar a infra-estrutura de abastecimento de água e tratamento de esgotos pela utilização múltipla da água aduzida.
 







PRINCIPAIS TIPOS DE REÚSO DE ÁGUA E SUAS RESPECTIVAS APLICAÇÕES





 * Doméstico e Industrial


     Diversas são as possibilidades de reúso da água no meio doméstico e industrial.  Na primeira modalidade, o reúso da água poderá ser empregado em descargas sanitárias, irrigação de jardins, lavagens de pisos e calçadas, assim como tantas outras formas. No setor industrial, setor que consome cerca de 25% da água disponibilizada em nível mundial, o reaproveitamento da água vem a ser de fundamental importância não só em face a redução de custos com o pagamento da água consumida, mas também por colaborar com a minimização dos problemas ambientais. 


Tabela 1 – Modalidades de reúso de água potável e não potável no setor industrial
Classificação
Aplicação
Não potável

·         Torres de resfriamento;
·         Lavagem de pátios e equipamentos;
·         Caldeiras; Processos Industriais.
·         Obras civis;


Potável
Dependendo do processo industrial envolvido, há a necessidade de águas de excelente qualidade. Numa indústria alimentícia, por exemplo, caso haja o reuso no processo, este pode ser classificado como potável.
Fonte: Naval e Júnior (2011, p. 62)



*Agrícola e Recarga de Aquífero


    Conforme já dito, o setor de agricultura é o que mais faz uso da água no Brasil (aproximadamente 65%). Sendo assim, pode-se inferir que deveria ser este setor o primeiro a priorizar a prática do reúso da água não só em virtude da quantidade que o mesmo consome, mas também em razão da escassez de água que atinge as diversas regiões do país.


Tabela 2 – Opções de reuso de água não potável e potável no setor agrícola
Classificação
Aplicação
Não potável

·         Irrigação de plantas não comestíveis – pastagens, fibras e sementes.
·         Irrigação de plantas a serem consumidas cozidas
·         Mistura em herbicidas, pesticidas e fertilizantes.
·         Obras civis;


Potável
Irrigação de hortaliças a serem consumidas cruas.
Fonte: Brega Filho e Mancuso (2003, p. 62)


*Urbano


No contexto urbano existe uma gama de possibilidades de reúso da água.

Opções de reúso de água não potável e potável no meio urbano
Classificação
Aplicação
Não potável

·         Irrigação de parques públicos e centros recreativos, campos esportivos (golf, atletismo, futebol entre outros), jardins escolares, áreas públicas paisagísticas;
·         Irrigação de áreas verdes no entorno de residências familiares ou multifamiliares;
·         Irrigação de áreas verdes paisagísticas em áreas comerciais e industriais;
·         Lavagem de veículos, ruas, pátios, vidraças, monumentos;
·         Mistura em herbicidas, pesticidas e fertilizantes;
·         Manutenção de fontes ornamentais de água;
·         Umidificação de pistas e produção de concreto;
·         Uso em banheiros comerciais e industriais para descarga de mictórios.


Potável
Nesse caso, o esgoto e tratado com técnicas avançadas e reutilizado no sistema de água potável (ABS, 1992 apud Brega Filho e Mancuso 2003). Muito embora a USEPA (2004) de diretrizes para instalação de sistemas públicos conjugados de águas potáveis e não potáveis, e a OMS, não recomende a conexão de direta de efluentes de uma estação de tratamento de esgotos a uma estação de tratamento de águas e, em seguida, ao sistema publico de distribuição.
Fonte: Brega Filho e Mancuso (2003, p. 63)


Em se tratando dos tipos de reaproveitamento de águas de esgoto (logo após o devido processo de tratamento) pode-se destacar:
*    Irrigação de jardins;
*     Lavagem de pátios;
*     Lavagem de ruas;
*    Descarga de vasos sanitários;
*    Conservação da paisagem de lagos, entre outros.