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O asfalto especial também reduz o acúmulo de água após uma chuva, evitando aquaplanagem e acidentes.
O mau estado das rodovias brasileiras, que só na Operação Tapa-Buracos levou o governo a gastar R$ 400 milhões com recuperação, pode ser atenuado com uma medida eficiente que ganha adeptos a cada dia: o uso de asfalto modificado com borracha de pneu.
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O engenheiro Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, autor da tese de doutorado sobre o tema, defendida no Departamento de Engenharia Civil e Ambiental (ENC), explica que as diferenças estão na capacidade dos dois materiais em se deformar e retornar ao estado em que se encontravam. “A borracha dá mais elasticidade. Por isso, demora mais a entrar em processo de fadiga”, explica.
SegurançaPara quem está acostumado a transitar em pistas recapeadas freqüentemente, parece difícil acreditar que uma medida tão simples cause um impacto tão grande. Mas a vantagem existe e não é a única. Mello enumera pelo menos mais quatro benefícios. Além de demorar mais tempo para criar trincas e buracos, esse tipo de pavimento também leva mais tempo para se deformar com afundamentos, comuns em faixas onde passam ônibus.
O asfalto especial, que pode receber até 20% de borracha, também reduz o acúmulo de água após uma chuva, evitando aquaplanagem e acidentes. Isso ocorre porque a borrachapossibilita gerar misturas asfálticas com mais poros. A água entra por esses minúsculos espaços e pode ser carreada para uma saída lateral nas pistas.
Vale ressaltar, ainda, um benefício indireto, uma vez que o emprego do produto ajuda a criar uma destinação para pneus que não podem mais ser reutilizados. Ou seja, é ambientalmente correto.
Custo
Como toda nova tecnologia, o asfalto com borracha sai mais caro que seu concorrente. Em média, 40%. Considerando apenas a execução do serviço do revestimento asfáltico, um quilômetro fica na faixa dos R$ 130 mil, contra cerca de R$ 90 mil de um pavimento tradicional.
É preciso observar que a economia varia em função do tamanho da obra e do orçamento envolvido. Em qualquer caso, porém, as diferenças de preço se diluem a longo prazo. “O custo se perde na vida útil. Ele pode ser mais caro no início, mas o custo benefício é bem maior.”
Cientes dessas vantagens, as empresas que detêm a concessão de rodovias, principalmente no estado de São Paulo, dão preferência ao novo produto. As pistas duram mais, o gasto com manutenção é menor e, assim, o lucro com os pedágios, mais elevado.
Para oferecer esse diferencial, no entanto, as concessionárias tiveram de buscar as especificações para a produção desse asfalto no exterior, tanto pela falta de normas brasileiras quanto pelos obstáculos que a máquina estatal tem em aplicar novas tecnologias com a mesma rapidez do setor privado.
Mello espera, no entanto, que o estudo ajude na criação de normas para o país, tanto que decidiu pesquisar o tema e realizar o estudo onde a idéia do asfalto borracha começou, no Arizona, Estados Unidos. Parte do doutorado foi realizada na Arizona State University, sob orientação do professor Kamil Kaloush. Na UnB, o engenheiro foi orientado pelo professor Márcio Muniz de Farias.
O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) já analisa configurações específicas do asfalto borracha para que empresas e projetistas possam aplicar a tecnologia nas estradas brasileiras. Segundo Mello, cumprir essa regra não será uma dificuldade para as empresas. “O Brasil tem todas as condições de fazê-lo”.
Por Fabiana Vasconcelos, da Secretaria de Comunicação da UnB
Fonte: Envolverde/UnB
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